UMA LIÇÃO PARA PROFESSORES
A função vocal do professor tem sido alvo de estudo dos profissionais de fonoaudiologia, devido a grande incidência de alterações vocais apresentadas por estes profissionais. Em pesquisa recente no Estado de São Paulo, onde atuam 220 mil professores, verificou-se que 60% destes apresentam ou já apresentaram algum problema vocal, e 67,2% nunca receberam orientação sobre como utilizar a sua voz.
Isso ocorre, principalmente, porque manter os alunos atentos em sala de aula não é tarefa fácil e, para atingir esse objetivo, os professores abusam da garganta. Falar muito — e alto — para impor a autoridade é um vício que pode causar problemas graves. Por isso, é sempre bom ter atenção ao observar sinais como rouquidão, cansaço ao falar, perda da voz, garganta seca, pigarro, voz fraca ou excessivamente forte, diminuição da resistência vocal e ardência. Outros fatores agravantes podem estar relacionados, como: dor na articulação temporo-mandibular, dor nas costas e pescoço, rinite alérgica, sintomas gástricos e auditivos.
Algumas formas de prevenirproblemas vocais são: manter a higiene vocal, praticar exercícios vocais e mudar hábitos alimentares e físicos. Além disso, os exames periódicos e a avaliação e treinamento fonoaudiológico devem ser parte integrante de um programa de conservação da voz. Um fonoaudiólogo pode determinar os exercícios certos de aquecimento e desaquecimento, para iniciar e encerrar o dia de trabalho, e a melhor maneira de executá-los.
Ingerir um copo d’água durante as aulas ou nos intervalos também é importante. A hidratação vocal, prática tão simples, é uma outra maneira de evitar distúrbios graves. O líquido dilui a secreção natural da garganta e elimina a poeira e o pó de giz que podem se acumular no trato vocal, diminuindo a necessidade de pigarrear.
Assim, para evitar os problemas vocais, os professores necessitam de informação, educação e treinamento vocal, além de exames periódicos para manter sua voz sempre saudável. É importante compreender quais são os inimigos de uma boa voz e os hábitos nocivos que prejudicam e colocam em risco a saúde vocal. Ao compreender o processo da voz humana, o professor poderá maximizar a sua voz, preservando a própria saúde vocal.
Para soltar sua voz:
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EVITE
- Consumir cafeína em excesso pois ela resseca o trato vocal. - Competir com o barulho interno ou externo da classe, abusando da voz; - Chupar pastilhas, balas, gengibre ou cravo, ou ainda, borrifar sprays. O efeito anestésico alivia os sintomas, mas as pregas vocais continuam machucadas; - O contato com substâncias que desencadeiam crises de alergia, bronquite, asma, rinite ou faringite; - Dar apenas aulas expositivas, utilize outros recursos didáticos como jogos, filmes, dramatizações para deixar as aulas mais interessantes e poupar a sua voz. |
PROCURE
- Se hidratar, tomando água em temperatura ambiente durante as aulas, sempre em pequenos goles; - Poupar a voz nos intervalos das aulas; - Dar preferência ao pano úmido para evitar a inalação da poeira do giz, ao apagar o quadro-negro. - Comer maçã regularmente, que possui propriedades que auxiliam na limpeza da boca e da faringe; - Tomar diariamente sucos cítricos, como os de laranja e limão, que ajudam na absorção do excesso de secreção, caso você não tenha refluxo gastro-esofágico; - Manter postura ereta e relaxada, principalmente na região do ombro e da cabeça, enquanto estiver falando; - Espreguiçar-se e bocejar várias vezes ao dia. Esses movimentos relaxam a musculatura do corpo e da garganta; - Praticar exercícios regularmente e cuidar da saúde como um todo. |
Profa. Valéria Leal
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