Um estudo realizado pelo Hospital Estadual Emílio Ribas, em São Paulo, com profissionais manicures que atuam em salões de beleza da capital, revelou que 81% das entrevistadas não estão devidamente protegidas contra a hepatite B, mesmo a vacina estando disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde).
A pesquisa apresentou também outro dado alarmante: 59% das manicures responderam não saber que as três doses da vacina são oferecidas gratuitamente aos profissionais da sua classe em toda a rede pública de saúde. Apenas 19% haviam tomado as três doses que protegem contra a hepatite B, o que pode colocar a saúde do cliente também em risco.
Andréia Cristine Deneluz Schunck de Oliveira, enfermeira do Instituto Emílio Ribas e responsável pelo estudo, afirma que a vacina deve ser o meio de prevenção imediato, seguido de cuidados imprescindíveis na rotina de trabalho dessas manicures. “A vacina é o ponto de partida para a prevenção, mas o principal risco está na falta de cuidado dentro do salão de beleza”.
A pesquisa apontou que as profissionais não faziam esterilização adequada em seus instrumentos de trabalho e 74% não lavavam as mãos antes e depois de atender uma cliente. “Desta forma elas colocam em risco a própria saúde e a de suas clientes”, alerta Andréia Schunck.
Para a pesquisadora, a explicação para o descuido com a biossegurança é reflexo da desinformação, pois 72% das profissionais desconheciam as formas de transmissão da doença. “A falta de cuidado somada a omissão da vacina colaboram para o aumento de casos da doença”, explica.
Neste ano, o Ministério da Saúde ampliou a vacinação contra a hepatite B para a faixa etária de 20 a 24 anos. Os indivíduos pertencentes ao grupo de risco, manicures, podólogos, bombeiros, gestantes profissionais da saúde entre outros, podem e devem tomar a vacina gratuitamente, independente da idade.